NOVA YORK – Cerca de 40 países pediram nesta segunda-feira a Israel que suspenda as sanções impostas à Autoridade Palestina no início deste mês por causa de sua pressão para que o tribunal superior da ONU emita uma opinião consultiva sobre a ocupação israelense.
Em 30 de dezembro, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução solicitando um parecer da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a questão da ocupação israelense dos territórios palestinos.
Em retaliação, Israel anunciou uma série de sanções, inclusive financeiras, em 6 de janeiro contra a Autoridade Palestina para fazê-la “pagar o preço” por pressionar pela resolução.
Em comunicado a jornalistas na segunda-feira, cerca de 40 Estados membros da ONU, reafirmando seu “apoio inabalável” ao TIJ e ao direito internacional, expressaram “profunda preocupação com a decisão do governo israelense de impor medidas punitivas contra o povo palestino, liderança e sociedade civil após a pedido da Assembleia Geral” ao tribunal.
“Independentemente da posição de cada país sobre a resolução, rejeitamos medidas punitivas em resposta a um pedido de parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça e, de forma mais ampla, em resposta a uma resolução da Assembleia Geral, e pedimos sua reversão imediata”, disse o comunicado. disseram os membros.
A declaração é assinada por países que votaram a favor desta resolução (Argélia, Argentina, Bélgica, Irlanda, Paquistão e África do Sul, entre outros), mas também por alguns que se abstiveram — Japão, França e Coreia do Sul — e outros que votaram contra, como a Alemanha e Estônia.
“Isso é significativo, pois mostra que, independentemente de como os países votaram, eles estão unidos na rejeição dessas medidas punitivas”, disse o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, em um comunicado.
Questionada sobre a declaração dos membros, uma porta-voz do secretário-geral da ONU reiterou a “profunda preocupação” de Antonio Guterres sobre as “recentes medidas israelenses contra a Autoridade Palestina”, enfatizando que “não deve haver retaliação” em relação ao TIJ.
Uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão palestina está marcada para quarta-feira.
Uma reunião anterior neste mês, após a visita de um ministro israelense à Mesquita de Al-Aqsa, conhecida no judaísmo como Monte do Templo, levou a uma tensa troca de palavras entre diplomatas israelenses e palestinos.