LIMA: O Peru estendeu o estado de emergência por mais um mês na capital Lima e em duas regiões do sul, onde protestos mortais contra o governo provocaram a pior violência do país em 20 anos.
O Peru anunciou pela primeira vez uma campanha nacional de um mês Estado de emergência em meados de dezembro, logo após irromperem as manifestações contra a destituição do ex-presidente esquerdista Pedro Castillo, que havia tentado dissolver o Congresso e governar por decreto.
Mais de 40 pessoas morreram em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança desde o início de dezembro.
As medidas de emergência estendidas assinadas pela presidente Dina Boluarte na noite de sábado, que concedem poderes especiais à polícia e limitam liberdades, incluindo a direito de reunião, aplicam-se a Lima e às regiões do sul de Puno e Cusco.
Em Puno, onde quase metade das vítimas morreram, as restrições incluem um toque de recolher de 10 dias.
Em uma marcha em Lima no sábado, os manifestantes levantaram bandeiras nacionais vermelhas e brancas ao lado de faixas com bordas pretas em sinal de luto. Eles também atacaram Boluarte, ex-vice-presidente de Castillo, que no dia anterior havia se desculpado pelas mortes enquanto pedia investigações.
“Ela é uma hipócrita”, disse a manifestante Tania Serra, falando sobre os gritos da multidão, que às vezes se esbarrava com policiais equipados com equipamento anti-motim. “Ela pede desculpa, desculpa, mas ela não sai para conversar, ela manda a polícia, os militares irem matar.”
De 12 a 13 de janeiro, uma pesquisa da Ipsos Peru publicada no jornal Peru 21 no domingo mostrou que 71% dos peruanos desaprovavam o governo de Boluarte, contra 68% em dezembro.
Os manifestantes exigiram a renúncia de Boluarte e a libertação de Castillo, que foi preso por “rebelião”.