Uma jornalista russa foi multada na terça-feira por “desacreditar” o exército russo ao descrever sua tatuagem anti-guerra em uma entrevista televisionada, o site de notícias independente Mediazona relatado.
Yulia Starostina, ex-jornalista dos meios de comunicação The Bell, Proekt e RBC, conversou com a emissora independente Dozhd em dezembro segmento sobre os russos que prestam assistência aos refugiados ucranianos dentro do país.
Na entrevista, Starostina disse que sua tatuagem anti-guerra serviu como um lembrete de que “o amor e a amizade são mais fortes que a guerra”.
Ela também explicou que presta ajuda humanitária aos refugiados ucranianos na Rússia desde abril de 2022 porque “sinto a responsabilidade de não ficar em silêncio, de fazer algo para acabar com esta guerra”.
As autoridades determinado que ambas as declarações continham “atitudes negativas” em relação ao que o Kremlin chama de “operação militar especial” na Ucrânia.
O Tribunal Distrital de Tverskoy, em Moscou, considerou Starostina culpada por acusações administrativas de “desacreditar” os militares russos e ordenou que ela pagasse uma multa de 50.000 rublos (US$ 670), informou a Mediazona.
A Rússia proibiu declarações que “desacreditam” as Forças Armadas russas ou espalham as chamadas “notícias falsas” sobre as ações militares russas no exterior logo após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Desde então, as leis foram usadas para processar centenas de jornalistas, ativistas e cidadãos comuns que se opõem publicamente à guerra – e intimidaram muitos outros ao silêncio ou à fuga do país.